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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Desafio do Escritor CL - A Maldade do Carrasco

Desafio do Escritor Clube do Livro.
Os participantes tinham que escrever um começo para um dado final. O final dado começa depois dos -------. Espero que gostem. Para eu ganhar esse concurso preciso de LIKES lá no grupo. Quem puder entrar e curtir, agradeço. Não precisa curtir só o meu, curta todos que gostar. Obrigada =D Desculpe-me pela não formatação do texto.

https://www.facebook.com/groups/151543198387081/

Quando era criança, tinha sede de vingança por seu irmão, sempre que ele fazia alguma brincadeira, Elmmer não deixava barato. Gostava de sentir o poder de justiça vingada subir do coração, passar pelas veias do pescoço até os olhos, que se enxiam de sede, queria sempre mais. Foi um menino perturbado durante a infância e, principalmente, a adolescência. Não tinha amigos e não gostava de ficar por muito tempo em locais públicos.
Elmmer sabia que assim que pudesse faria sua vida valer a pena, não só pelos seus pais que haviam morrido, defendendo seu país (Congo), durante a Guerra Civil de 96, mas por si mesmo. Ele merecia ter um momento de redenção.
Quando completou 18 anos, se alistou no exército, reprovado. Não se deixou abalar, continuou lutando pela sua missão de vida: vingar seus pais. Seu povo também, eles foram injustiçados e perderam terras muito importantes para o cultivo e comércio. Não tinham mais de onde tirar comida e o pouco de dinheiro que tinham, foi embora. 
Não havia problemas no plano de Elmmer, até nos encontrarmos. Eu era membro do E.D.A. - Exército De Angola - lutávamos contra o país dele. Queríamos nossa parte territorial de volta dividida, injustamente, pelos EUA durante a segunda guerra mundial, buscávamos, assim como Elmmer, nossa vingança, nossa libertação. O que não sabíamos era que um soldado reprovado pelo E.D.D.C. - Exército Defensor de Congo- estaria ali para fazer o que fosse preciso para desforrar, retalhar seus pais e seu povo. Quando já tínhamos quase exterminado todo povo congolês, eles feito o mesmo conosco, apareceu Elmmer, um garoto de apenas 19 anos desarmado. Lutou com unhas, dentes, punhos e músculos (era tudo o que tinha) para fazer o impossível. Vencer o E.D.A., praticamente, sozinho. O cheiro de carniça invadia nossas narinas e eu, depois de mais de dez horas de guerra, corpo a corpo, já não podia mais lutar. Anoiteceu e fomos colocados num galpão, todos os 24 homens angolanos que restavam. Dias e noites de tortura demoravam a findar. 
Percebi que Elmmer tinha se tornado o Comandante Jr. do E.D.D.C., mas isso me trazia sensações de que ele ainda não tinha se vingado totalmente. Numa manhã, fomos levados para fora, vimos mais corpos jogados. Lá, também estava Elmmer de uniforme do exército e com um machado mão.


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“Uma imensa camada de putrefaria ia desenhando o local. Carne e roupa numa só mistura grotesca, derretida, que compunha o chão de maneira horrenda e espalhafatosa. Vejo os olhares enquanto somos pegos e jogados em cima dos outros. A multidão gritava, mas eu já não escutava, talvez por causa das pancadas que levei nas noites de tortura intermináveis, talvez por que não me importe mais nada. O carrasco estava impecavelmente pronto para exercer sua função sem escrúpulos algum, com instinto de assassino e torturador, sem nenhum tipo de piedade ou peso na consciência. Encaro-o por um instante, pensando como ele poderia assumir o peso de tantas vidas tiradas... ‘As pessoas têm a incrível capacidade de ser más exatamente quando querem. Ou talvez, a maldade seja a real natureza humana e nada mais somos que hipócritas aprendizes à altruístas’. Segura o machado com ambas as mãos, levanta-o, e desce uma única vez. Morrer não é difícil. Talvez seja a coisa mais fácil que exista e não tínhamos que fazer esforço algum a despeito disso. Mas morrer por uma causa não é fácil, aliás, é o que faz uma vida valer a pena.”

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