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sábado, 7 de dezembro de 2013

Cidade sem classe

É a pobreza que confirma
O asfalto que desliza
A desigualdade mentaliza
Os barulhos metalizam
E os mendigos que mendigam

Suja 
Cinza
Safada
Suada

São Paulo,
Minha amada!





Natalie Torres G.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Para


Necessitamos focar
Foco para atentarmos
Atenção para criarmos
Criação para poetizarmos

Queremos entender
Entendimento para conhecermos
Conhecimento para crescermos
Crescimento para evoluirmos

Precisamos produzir
Produção para criarmos
Criação para concluirmos
Conclusão para focarmos

Natalie Torres Guariglia

Vida Nova



Olá, meu nome é Jequitibá, mas pode me chamar de Tibá. Tenho 102 anos e estou no começo da minha vida adolescente. Ou pelo menos estaria, mas isso eu explico depois! Eu nasci na cidade de São Paulo, lá no centro, só que depois de um tempo tiveram que me tirar de lá e me levaram para um bosque muito bonito, cheio de outras árvores!
Aaah! Que burro! Esqueci de avisar! Sou uma árvore, uma árvore que tem uma história para contar. Bom, como, agora, eu tenho toooodo tempo do mundo... Vou contar, sem pressa, minha vida para você.
Meu pai, o Gravatá, me falou que fui plantado com as mesmas sementes da minha mãe, isso quer dizer que ela tinha o mesmo nome que eu. Ele também me disse que ela era linda, alta, tinha uma copa verde cheia de vida e adorava a brisa da primavera, assim como todos nós! Eu nem cheguei a conhecer a Jê, jeitinho que a minha mãe gostava de ser chamada. Quando coloquei meu primeiro caule para fora da terra, ela já não estava mais lá. Enfim, eu ainda era criança quando levaram meu pai e eu para o bosque mais simpático da cidade, o Bosque Vida Nova. Tivemos que ir embora porque, bem onde nós estávamos antes, iria passar uma avenida, e os humanos precisavam pavimentar o chão.
Foi lá, no Vida Nova, que cresci e conheci meus melhores amigos, as irmãs Violeta-da-Montanha, o Sangue-de-Dragão e também o famoso Pau-brasil! Imagine só, eu era vizinho do Pau-brasil! Aaah que tempos ótimos foram aqueles! Todos nós vivíamos em harmonia uns com os outros e com os bichinhos que passavam por ali também. Havia uma senhorinha, a Bromélia, que era hospedeira do Pau-brasil, ela vivia cheia de abelhinhas e beija-flores, era revigorante ver como ela se divertia mesmo depois de tanto anos de vida. Até quando alguns cachorros passavam e faziam xixi em nossos pés, achávamos engraçado, sentíamos cócegas!
Era muito legal nossa vida e nossa amizade, mas foi num dia cinzento e frio que tudo mudou. Em meados do século XX, quando a linda São Paulo começou a virar cidade grande de verdade, muitos bosques e parques começaram a ser derrubados, não só para serem transformados em ruas, mas para se tornarem objetos materiais para os humanos. Isso era horrível! Os boatos corriam pelos corredores florais do Vida Nova e todos estavam com medo de que um dia isso acontecesse conosco. Menos eu! Eu tinha esperança de que os humanos percebessem esse erro! Não se deve matar nada nem ninguém só para benefício próprio, a Natureza é mãe de todos nós, inclusive de você, leitor humano e por isso não deve ser morta! E falando em mãe, eu já tinha perdido a minha, não podia perder mais ninguém, não ia aguentar a dor!
Não demorou muito e essa dor veio de novo! Tive que segurar calado. Vi o Sangue-de-Dragão, meu melhor amigo, ser cortado sem dó! Ele chorou muito, vi sua seiva vermelha escorrer e escorrer. Foi triste demais, queria abraçá-lo, mas os homens o jogaram num caminhão de lixo. DE LIXO! Oh, meu Deus! Como pode? Jogaram toda uma vida no lixo! Lixo tem que ser jogado no lixo e não uma árvore!! Isso não podia estar acontecendo ali... Nesse momento, perdi todas as forças e esperanças na humanidade.
Semanas depois, continuaram a arrancar todas as árvores que estavam à vista. Um dia, chegou a vez do meu pai e Dona Bromélia. Não consegui olhar aquela atrocidade que faziam com meus amigos e família. Apenas fechei os olhos e deixei o destino tomar conta da situação. Ao abri-los, percebi que só restava eu, o alegre, alto e magrelo Tibá que naquele dia era só alto e magrelo.
Uma semana se passou, eu acho, não estava conseguindo contar mais de tanta tristeza e amargura que estava sentindo, eu estava doente. Enfim, uns dias se passaram e um dos homens que trabalhavam retirando as árvores do bosque levou sua filha até lá. Uma menina de uns 8 anos, branquinha como as nuvens em dias de primavera, olhos verdes como foram minhas folhas e uma vivacidade que eu tinha, mas que estava guardada num coração impenetrável e cheio de dor. Quando me viu, a única árvore naquele terreno enorme, correu e me abraçou de um jeito!! Parecia que a menina sabia da minha situação e queria de alguma forma me ajudar. O que impenetrável se rompeu de emoção.
Ela chamou seu pai e passou muito tempo convencendo-o a não levar esta árvore que vos fala. Ele, coitado, não podia fazer nada, só obedecia a ordens. Mas a pequena não desistiu, se sentou à minha sombra, pegou lápis e papel, escreveu uma cartinha para o chefe do seu pai pedindo que não me derrubassem. Escreveu que eu não tinha culpa de estar ali e mais um monte de coisas bonitas sobre o bosque de antes e o de agora.
Hoje, tenho só a agradecer a essa menininha da carta! Fiquei no Bosque Vida Nova e lá foram plantadas mais de duas mil arvorezinhas novas. Faz mais ou menos um ano que os humanos estão me ajudando na recuperação da minha dor, mas não são só eles que ajudam; as novas mudinhas também! É ótimo ter contato com gente nova, que está louca para crescer e aparecer! E quanto à humanidade, eu gosto deles, aliás, de vocês... Só espero que aprendam de uma vez por todas que nós, natureza, não somos seus inimigos, mas amigos e que contribuímos para a vida de vocês, assim como vocês contribuem para a nossa, ou pelo menos tentam!

Obrigado por compartilharem da minha história. Obrigado por existirem, humanos bons.
Jequitibá
Maria do povo

domingo, 11 de agosto de 2013

Festas falam!

Festas distraem
Festas animam
Festas acontecem
Festas comemoram
Se festas falassem...

Festas agitam
Festas levantam
Festas socializam
Festas sorriem
Se festas falassem...

Festas fotografam
Festas presenteiam
Festas fumam
Festas bebem
Festas se esquecem e são esquecidas
Se fotos falassem...

Natalie Torres G.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Aproveitando a vinda do Papa

Li várias crônicas do meu querido Machado de Assis e, hoje, vou aproveitar um delas para criar minha própria. A que me inspirou mais para o momento em que estamos vivendo foi a "Impressões da Semana Santa". Observação: Cada parágrafo é independente do anterior.

A semana acaba de começar e já é santa. O Papa Francisco chegou ao Brasil e já movimentou muita coisa. Muita gente, muita polícia, muita mídia e muito dinheiro. 

Ele é argentino, mas o primeiro país a visitar é o Brasil... Devo achar que na religião não há competição ou que ele não gosta de esportes? Votemos na segunda opção, a primeira é um tanto quanto hipócrita. 

Um pouco antes de ele chegar, alguns simpatizantes de outras crenças que não a católica estavam descordando de traze-lo para cá com o argumento de "vão gastar o que não têm e blá blá blá..." Essas pessoas deveriam olhar para as suas igrejas antes de falar das outras. Não que eu esteja defendendo o catolicismo (aliás, nem sou católica), mas antes de criticarmos algo, o que for, devemos olhar para o próprio umbigo. Que nós pensemos e reflitamos no nosso para assim argumentarmos contra o outro.

Na de Machado, há uma constante comparação com a Semana Santa de ontem, de hoje e de amanhã; sendo esse hoje o ano de 1894 e amanhã 1920. Se houvesse uma comparação de como foram as vindas do Papas ao Brasil, o ontem seria o hoje e o amanhã seria muito depois, pelo menos um século depois. Não sei se dá para fazermos as devidas comparações, porque a questão da religião está muito mudada e aquilo que estava na cabeça da sociedade se transformou, graças a Deus.

Termino com uma frase de demasiada importância para o mundo: "Habemos Papa."


Natalie Torres G.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Destinar

Vem soprando
Vai soprando
Sopra em cima
Sopra embaixo

É o destino empurrando
o balão da existência. Esse
está nos carregando.

Vai, vem e voa com vontade
Vou com você vivendo
Crescendo e Destinando.



Natalie Torres G. - 28/8/12 - 11h00

Inverno quente

Procurei tanto
Busquei perto e busquei longe...
Fui à outra cidade e
Voltei!

Você, meu amor, cresceu ao meu lado
E jamais imaginei te encontrar 
Nesse momento gelado
Bzzz

De você aprendi a gostar
E é isso que vai nos esquentar


Natalie Torres G. - 17/5/12 - 21h53

Os nós da paixão

Quero-te
Quero-te muito
E sei que me queres também
Queremo-nos
Entre nós.




Natalie Torres G. - 08/5/12 - 14h38

Mãe Esperança.

Mãe é aquela que te faz sorrir independentemente da situação, aquela que te deixa feliz a todo momento, aquela que te beija antes de dormir, durante o sono e quando acorda. Mãe é aquela mulher maravilhosa que faz TUDO para te ver feliz e confortável, aquela que mesmo nos tempos mais difíceis consegue achar uma gotinha de esperança em você e se agarra nela para continuar.
Mãe deveria ser imortal. Mãe é um espírito eterno. Mãe é mais que uma relação familiar é um sentimento divino e poderoso que nos trás calma e amor, carinho e esperança... Esperança.

Natalie Torres G. - 14/7/13

domingo, 16 de junho de 2013

Ameaça ao plural

Existe uma letra no português 
Que muda tudo
Não é vogal
Não é nasal

Ela, antes, nunca era omitida
Fazia a diferença 
A gramática  e o bom senso pedem
A pressa e a educação impedem

Esse ésse não concorda
Mas é tirado das palavras mesmo assim
Não pode opinar
É retirado quando deveria ficar

Serve para finalizar duas coisas
Gosta de aumentar em números
Fica triste quando é confundido com Z
Pior se for C

Mantenham os S's
Ele tem a função mais importante 
Da língua portuguesa
Vai te fazer uma ou duas surpresa?

Natalie Torres Guariglia - @nathy_tg

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A inevitável rotina

Eis que acorda o homem 
D'um sono mal dormido
Acorda preocupado
Pensando no futuro, deprimido

Café, pão, jornal, carro
Buzina, farol, cigarro
Escritório, almoço, pigarro
Cartão, poluição, casa, catarro

Ele é paulista
Ele é mimado
É classe média 
É estourado

Não gosta de stress
Mas tem que correr
Nem que eu quisesse
Daria tempo de comer

Eis que dorme o homem
N'um sono mal sonhado
Deita estressado e 
Acorda preocupado




Natalie Torres Guariglia

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Scent of the night

I love the smell of the night
I love the night
She has this smell, a relaxing and a wild perfume
That goes through the nose
That dominates and fills the brain
That make us love it.

"Noite estrelada" de Van Gogh.
I love the odor of the night
I love this night
She can turn us on with
Her fragance, with her sky
Her fragant sky
Is she the third lover?

I love the scent of the night
I love tonight
She is like a lover,
Or more: a lovesick
She embrace us, she charm us
Untill we feel her
But in the morning she leaves...

-Wait, baby. I'll be back soon.
She says at 5 a.m.


Natalie Torres Guariglia - @nathy_tg

segunda-feira, 11 de março de 2013

É revelada a fórmula de como ensinar com perfeição.

Metalinguagem > Meta de uma linguagem falar dela mesma > Objetivo Linguístico > DEPENDE

Ensinar > Professor > Aprender > Aluno > Metodologia > Realidade > DEPENDE

Língua Portuguesa > Língua de origem > Uso do nativo > Oralidade ou Escrita > DEPENDE

O OBJETIVO LINGUÍSTICO E A METODOLOGIA DE UM PROFESSOR QUE VAI ENSINAR LÍNGUA PORTUGUESA DEVEM TER ORIGEM NA SUA PRÓPRIA REALIDADE E, PRIMORDIALMENTE, NA DO CORPO DISCENTE A APRENDER TAL LÍNGUA. FAZENDO ASSIM, O DAR AULA DE PORTUGUÊS ALGO EXTREMAMENTE RELATIVO. NÃO HÁ FÓRMULAS PRONTAS PARA ENSINAR.















Natalie Torres Guariglia

domingo, 10 de março de 2013

#RIPChorão

No dia 06 de Março de 2013, um dos melhores músicos do cenário nacional nos deixou. Alexandre Abrão ou mais conhecido como Chorão era vocalista da banda Charlie Brown Jr. que se consagrou em 1996/97 com o álbum "Transpiração continua prolongada" que têm músicas como "Tudo que ela gosta de escutar" e "Proibida pra mim". Essas duas, em particular, fizeram muito sucesso e uma delas até deu o prêmio de banda revelação de 98 no VMB. Já no segundo albúm, muitas das músicas fizeram parte da abertura de "Malhação"!! Depois disso, ninguém mais segurou a banda que passou por altos e baixos e quantos baixos. Muitas brigas entre Chorão e os outros integrantes,e também, a formação mudava sempre e ele foi o único que se manteve. 

Apesar de tudo que possam dizer dele ou da conduta que ele tinha, acredito que era uma ótima pessoa, um excelente pai assim como marido também. Chorão fez a infância e adolescência de muitos brasileiros que hoje choram e se emocionam cada vez que ouvem suas músicas que nada mais são do que poesias cantadas. Sua sensibilidade era tanta que transmitia todos os sentimentos dos que ouviam: dos apaixonados, dos revolucionários, dos revoltados, dos skatistas, das patricinhas, dos adultos... 

Só queria, então, deixar registrado aqui, meus enormes sentimentos para a família e amigos desse que foi um homem-herói-ídolo de muitos. Não era super fã, mas Charlie Brown era muito bom e... Nem tem mais o que dizer! 

CHORÃO VOCÊ É FODA!






Proibida pra mim




Zoio de lula










Te levar






Entre milhares de outras músicas, escolhi as clássicas para lembrarmos com muito carinho dele.

Natalie Torres Guariglia

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Depoimento de uma escrita e sua escritora

Calma, deixem-me pensar...
Alguns minutos depois de ter lido 7 depoimentos diferentes de escritores famosos ou não sobre os encontros e desencontros com a escrita de cada um, inspiro-me a escrever sobre minha escrita e nossos encontros, às vezes desencontros.
Ultimamente, não estamos nos vendo muito. Eu ligo para ela, mas sempre cai na Caixa Postal. Tenho quase certeza de que ela vê que estou tentando me comunicar e aí acaba desligando o celular. Escrita minha sempre foi teimosa. São raras as vezes que nos falamos e concordamos sobre algum assunto. 
Parece muito fácil juntar meia dúzia de palavras e escrever uma poesia para quem não a faz e só a lê. Afinal, quem não pratica a arte da escrita, não tem/mantém relações com sua escrita interna e não pode ver como essa é rebelde.
Gosto de pensar que  os sentimentos da escrita importados para o texto é que traduzem o sentimento e a intenção do escritor. Às vezes, mudando o idioma muda também esse sentimento, mas nunca a sua importância... Portanto, seja na nossa linda Língua Portuguesa, seja na encantadora Língua Inglesa ou mesmo nos ricos dialetos da Índia, o que está no papel é de alguma forma útil para o autor-leitor.

Mas olhem só!! Não é que hoje a minha querida -e irônica- escrita e eu nos demos bem... Até bem demais. É só insistir um pouquinho e deixar um recado na Caixa Postal que logo ela me responde. 



Natalie Torres G.